sexta-feira, maio 18, 2007

Lendas Guaraníticas/Paraná

A LENDA DO CHÁ DA ERVA-MATE
Séculos atrás, as tribos Tupi e Guarani habitavam cada qual uma das margens do rio Paraná. Conta a lenda que, do lado dos tupis, vivia Iara, uma das filhas do cacique. Era a enfermeira da tribo, protetora das crianças e dos velhos, vivia para fazer o bem e confortar os doentes. Diariamente, cumpria um ritual de banhar-se no chuvisqueiro do Salto de Santa Maria, nas Cataratas do iguaçu, e então agradecer a Tupã os benefícios concedidos à sua tribo. Nessas ocasiões, pedia a Tupã que lhe indicasse remédios para atender seus doentes. Certa feita, durante o banho, a bela jovem teve a visão de uma luz que iluminava uma frondosa árvore de erva-mate (caá). Nessa ervateira estavam pousadas sete araras que grasnavam uma mensagem de Tupã, dizendo que aquela árvore produzia erva curativa, que seria descoberta quando aparecessem o homem que sabia quebrar o mal.Do lado guarani vivia um jovem guerreiro, Gupi, herói da tribo. Nas guerras, ele usava suas flechas não para matar, mas apenas para ferir. No mesmo dia em que Iara tivera aquela visão, um raio atingiu um jatobá milenar em que Gupi mantinha a maior parte de suas provisões. O fogo se alastrava na enorme árvore quando o valente índio, saltando por seus galhos, apagou as chamas, ramo a ramo. Exausto, Gupi deitou-se para descansar. Nesse momemto, um caboré pousou no seu peito, piando-lhe que o fogo queimava todo o mal. Gupi ficou impressionado com aquilo.A seguir, retornando à tribo, Gupi percebeu que uma onça pintada estava prestes a saltar sobre um filhote de capivara, à beira do rio. Gupi correu para espantas a onça. Na corrida, escorregou e caiu no rio, sendo levado pela correnteza, que o levou à foz do iguaçu, às praias de água doce, na margem esquerda da tribo Tupi.Os índios o recolheram e o levaram até o pajé, mas este disse que se tratava de um caso perdido, pois o moço estava muito abatido. Iara, então, lembrou-se das folhas do caá e pediu aopajé que as usasse. O pajé, porém, disse que ninguém da tribo sabia como preparar auqela erva. Iara pegou um galho de erva-mate e mostrou ao índio guarani, tão logo abrira os olhos. Perguntou-lhe se ele não sabia como preparar aquelas folhas. Gupi lembrou-se da mensagem do caboré, e disse, num susurro, que o fogo queimava todo o mal. Rapidamente, Iara juntou grimpas, ateou-lhes fogo e sapecou as folhas de erva-mate. Assim, fez o chá que reconstituiu as forças de Gupi. os tupis festejaram a descoberta, e Gupi, já apaixonado por Iara, articulou a paz entre as tribos. Essa paz foi consolidada com o casamento de Iara com Gupi, e as tribos formaram uma única tribo, a tribo dos Tupi-Guaranis.

Extraído da Internet/Domínio Público

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