A JUVENTUDE ADORMECIDA!
Escreveu Carlos Fernando Priess (*)
Convivemos em nosso dia a dia, com jovens, pais, entre eles, netos e filhos, todos reclamando, das dificuldades, em especial, para freqüentarem um curso superior. Querendo e precisando se graduar.
Os problemas econômicos e a elitização de nosso ensino são as maiores evidências do atraso educacional e da baixa escolaridade brasileira, que são também, responsáveis pelas desigualdades sociais e até pela grande concentração de renda para uma minoria.
Mas rebusco na memória, as lutas dos anos 60 e me pergunto, para onde foram os sonhos de minha geração valente? Foram tantas as conquistas, inclusive, na área do ensino público e gratuito, fruto da utopia deliciosa de nossa juventude.
E nos dias de hoje, lamentavelmente, sentimos que a nossa juventude não luta, não se organiza, preferindo engrossar as fileiras de mão de obra das elites, ou então ficando na ociosidade perigosa, como isca fácil para a droga.
O que estará passando na alma da juventude de hoje, que não se organiza para pressionar o poder público a lhe proporcionar escolas públicas e gratuitas em todos os níveis?
Sabe-se que a quase maioria das famílias indigentes nunca freqüentou a escola ou abandonaram-na antes de completar um ano de estudo, enquanto os deputados e senadores, verdadeiros parasitas do povo, ganham um salário maior que do Presidente da República, acrescido de verba de moradia, passagens aéreas, 13º e 14º salários, engraxate, barbeiro e cabeleireiro, tudo por conta do povo, além de milionárias verbas para manter seu gabinete, completando com 90 dias de férias.
É fundamental para a construção de uma nova sociedade, mais justa, solidária e integrada, a educação, que é requisito fundamental, tanto para o pleno exercício da cidadania, como para o ingresso e o progresso, no mercado de trabalho. E para tanto, a juventude precisa sair dessa letargia e se organizar em seus sindicatos, associações de bairros, entidades estudantis, e exigir dos governos, de seus políticos, ensino público e gratuito em todos os níveis.
As instituições particulares existentes, que respeitamos, não serão prejudicadas, pois a massa carente é muito grande, tendo espaço para todos.
A capacitação profissional torna-se o principal fator de conquista e de manutenção do emprego, começa a esboçar um novo quadro, mas é preciso que a juventude lute junto aos chamados representantes do povo, para que tenham também cursos superiores públicos e gratuitos.
Que as faculdades não sejam um privilégio da minoria.
E classe política não poderá ganhar a juventude trabalhadora se não buscar solução às aspirações do povo, dando-lhe oportunidade real, para trabalhar é claro, mas também para estudar, e não basta limitar a atividade da juventude apenas a seu entretenimento, ou te-la apenas, como mão de obra.
(*) Advogado/Mestrando em Direito na Univali – carlos@priess.com.br
quinta-feira, dezembro 25, 2008
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