quinta-feira, janeiro 29, 2009

PROUNICIAMENTO VILLAS BOAS /FÓRUM MUNDIAL 2009




PRONUNCIAMENTO – FÓRUM SOCIAL MUNDIAL – JAN/2009


PRONUNCIAMENTO – FÓRUM SOCIAL MUNDIAL – JAN/2009
Senhores Na discussão do que queremos para o planeta e seus quatro Ecossistemas na Amazônia, alertamos não como educador, mas como cidadão com conhecimento de causa que a maior Floresta Tropical Úmida do planeta e toda diversidade; são elas: Cerrados utilizada para agricultura, fruticultura e flores, as áreas inundadas utilizadas para pecuária búfalo e piscicultura e os manguezais e a floresta propriamente dita; nelas estão inseridos o homem e seus desafios para o futuro, precisam de projetos que venham colocar em prática os conceitos que de forma séria e eficaz já foram debatidos inúmeras vezes por vários organismos de respeitabilidade mundial. Some-se o fato de que, nesse contexto, precisa o homem rural e urbano se reeducarem sobre o consumismo exacerbado e irresponsável de coisas inúteis ou descartáveis, já que uma sociedade pode ser definida pelo lixo que produz.A América do Sul, no contexto global, sempre foi cobiçada internacionalmente. O Brasil, um país jovem, de uma grande extensão territorial tendo a Amazônia em particular, com suas absorções climáticas invejáveis, rica sob todos os aspectos, incluindo a potencialidade de seu povo, apresenta-se atualmente com maior vigor na berlinda internacional pelo que representa em termos de floresta virgem e de seu real papel no equilíbrio climático mundial.O problema da Amazônia e por extensão do Brasil só requer co-responsabilidade e atenção do mundo, voltada para o homem e sua família, com uma economia pautada nos interesses da sociedade civil organizada. Estamos falando das indústrias, dos negócios agroextrativistas e de pesca. Para a salvação do meio ambiente o planeta em desenvolvimento já dispõe de um indicador, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que combina os diferentes indicadores à esperança de vida, à educação e à renda, que no nosso país e principalmente na Amazônia é baixíssimo. Na escala do desenvolvimento é crescente a necessidade das matérias primas que o mundo necessita, produzindo enormes focos de destruição tanto no “mar verde” como “mar azul”. Uma sociedade que diz atrelar o desenvolvimento aos interesses das pessoas e não o contrário, não deve incentivar a mão única que é a tônica em nosso país. Uma sociedade que diz respeito ao desenvolvimento em torno das pessoas e não das pessoas em torno do desenvolvimento. A Organização Mundial da Saúde (OMS/OPAS), que faz parte dos sistemas da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU) já mostraram que esta fórmula é imperativa na grande maioria das nações em desenvolvimento.
Não existirá salvação da floresta enquanto não salvamos o homem e sua família. É preciso que o meio ambiente, a saúde e o desenvolvimento sustentável do ser humano se situem no centro deste processo. Precisamos dar condições dignas de rendimento às populações tradicionais e as comunidades indígenas, os que estão inseridos na verdadeira reforma agrária e regularização fundiária. Devem ser chamados de brasileiros úteis, ou seja cidadãos que habitam em torno desta grande floresta, com políticas públicas bem definidas, não mais precisando ser manipulados por políticos e sim respeitados por políticas de crescimento em suas regiões. Exemplificamos ações tendo o homem incorporado verdadeiras e acertadas políticas públicas: a silvicultura consorciada com agricultura e não com agronegócios em commodities, observando como suporte a potencialidade de produção d’água. A piscicultura, cassinicultura (camarão) e a enorme riqueza dos manguezais, sabendo que 20% dos manguezais estão na Amazônia azul, a maior área contínua de floresta do planeta. Caso tenhamos coragem de viabilizar estas ações, nos depararemos com outro grande gargalo que é a ausência de políticas públicas sobre o transporte alternativo para escoar essas produções, que hoje tão somente é feita por vias fluviais. Estamos colocando o dedo na ferida onde muitos têm medo de discutir esses diferentes modelos de “gestão do público” de acordo com a particularidade de cada região, a exemplo das RESEX Mar (Reserva Extrativista Marinha), que são nove na Amazônia Azul (nos municípios: Soure/Marajó, Santarém Novo, Curuçá, Maracanã, São João da Ponta, Augusto Corrêa, Bragança, Tracuateua e Viseu, todos no Salgado Paraense, com um total de mais de vinte e oito mil famílias moradores e/ou usuários).É preciso sim, de educação e profissionalização de “artes e ofícios” para toda faixa etária, de políticas preventivas de saúde pública (promoção de saúde), dar melhores condições de saúde curativa, e que tenham seus rendimentos de subsistências próprias, inserindo aí a agricultura familiar mecanizada ou não, turismos rurais e eco-turismo, a criação de turismo nas civilizações indígenas fora de suas comunidades tradicionais e que possam em suas regiões e de acordo com suas vocações produzirem produtos para escoar por vias regional, nacional e internacional. Isso pode ser viabilizado desde que sejam disponibilizadas forças para o enfrentamento das situações adversas decorrentes destas condições, sendo necessário efetuar ajustes e reformas nos processos de tomada de decisões. Outros campos a despertar colaboração com os países desenvolvidos são relacionados com a provisão de água potável, saneamento e proteção ambiental às comunidades pobres, para reduzir as enfermidades e mortalidade associadas com a péssima qualidade da água e deterioração do meio-ambiente.Senhores, para que tudo isto seja uma realidade, não vemos de outra forma senão a economia mundial focar prioridade para o processo de educação do ser humano, de uma forma responsável. Mudemos a regra do jogo urgente e já, se não ficaremos a debater nos futuros fóruns discursos teóricos com decisões de difícil aplicabilidade. O Projeto Expedição VILLAS-BÔAS pelo Brasil que está inserido nos objetivos da Fundação VILLAS-BÔAS, a tempo vem difundindo nacionalmente que a solução para o Brasil, principalmente para a Amazônia Legal e Mata Atlântica é “O Reflorestamento”. Ao longo da década, o mundo foi alertado para as mudanças climáticas e a constante evolução das queimadas e derrubadas criminosas, afora a necessidade de suporte à própria economia mundial que só faz incrementar a aquisição de materiais extraídos das florestas legalmente ou ilegalmente, e o que isso representaria de negativo para o futuro da humanidade. O que o brasileiro de outras regiões e o mundo precisam entender é que existem 25 milhões de brasileiros amazônidas, nos centros urbanos e no meio das florestas e que precisam produzir para viver. E que a ordenação dos meios para isso, resulta necessariamente em apoio técnico-científico.Por conta das crises do Sistema Financeiro internacional os Estados Unidos e Europa elegem o Brasil como produtor ideal de grandes florestas plantadas e energéticas e eles querem investir muito dinheiro aqui. Sem área produtiva a Amazônia não terá salvação. Nesse contexto, instalar-se-á o ciclo de operação financeira e todos ganharão. O importante na implantação de qualquer projeto na região é manter o TRIPÉ o HOMEM e sua FAMÍLIA, contando com a PROTEÇÃO DIVINA, NATUREZA, ECONOMIA atrelados, de preferência nessa ordem, cada um, entretanto, no seu espaço e escala de prioridade. Todos têm ambições e interesses. Pelo que expomos acima todos estão em busca de solução para os problemas que envolvem a natureza e que realmente venha a existir um PROJETO PARA O BRASIL ou PROJETO BRASIL.A floresta terá que receber um estímulo para sobreviver e este é o REFLORESTAMENTO JÁ. Não simples programas de reflorestamento com objetivos políticos e que não sejam exeqüíveis. Se não trabalharmos o reflorestamento com o aval e regras claras com o setor produtivo, vamos continuar a escutar notícias como: Florestas desmatadas ou engessamento amazônico, ou contabilizarmos estáticas de quanto já foi destruído, como consolo.Para tudo isso acontecer, o setor produtivo que extrai a riqueza da mãe natureza colocará seus investimentos dentro da floresta com retorno garantido ao ecossistema. Temos a certeza de que teremos em pouco tempo geração de emprego e renda em todo o país, principalmente na Amazônia Legal, dificultando a agressão irresponsável do homem. Não se anula por isso, o monitoramento aos teimosos e mal intencionados que continuarão a existir na região. Todos querem liberdade e condições legais, pagando impostos e gerando informações do que produzem e do que fazem para o governo e a sociedade; as proporções vão de acordo com seus interesses e suas atividades, reflorestando com árvores nativas e frutíferas. O processo é simples, mas envolve todas as camadas do conhecimento humano como os extrativistas, os homens das florestas, as comunidades com menor conhecimento cultural educativo deste país, bem assim os intelectuais, a área cientifica e profissionais de nível superior que serão engajados nesse processo evolutivo.Com interesse de tirar o que o solo e o subsolo têm cada um terá sua proporção na responsabilidade do reflorestamento. O madeireiro e os exportadores a cada hectare derrubado terão que plantar três hectares. A silvicultura para cada hectare derrubado, terá que plantar seis hectares. O agronegócio, entrará no processo da mesma forma plantando 10 a 20 vezes a cada hectar. Discute-se assim com o governo e a sociedade e equacionando as limitações de produtividade, isso tudo em discussões tomando por base o Zoneamento Econômico Ecológico. Da mesma forma para aqueles que queimam ou derrubam áreas sem autorização, o plantio é de 10 vezes mais, ficando estes monitorados pelo Ministério Público e três Ong’s, freqüentando centros de pesquisa, universidades, congressos e fóruns para reversão do processo cultural. A indústria que necessita dos materiais do solo e subsolo, em cada processo reflorestará 6 a 10 vezes mais a cada cálculo de produção. A atual área de abrangência da Amazônia Legal corresponde a uma superfície de aproximadamente 5.217.423 km² correspondente a cerca de 61% do território brasileiro. A Mata Atlântica a área original era 1.290.692,46 km², 15% do território brasileiro. Atualmente o remanescente é 95.000 km², 7,3% da área original. Hoje se fala um 30.000.000 de hectares alterados e degradados só no Estado do Pará, equivalente aos Estados do Paraná e Santa Catarina juntos. E assim poderemos reverter este processo em menos tempo para as coberturas devastadas e não agricultáveis, Se isto for pouco nós temos os Cerrados que estão sendo dizimados também. Trabalho não vai faltar.Para o setor produtivo da Amazônia é um ganho a custo muito baixo. E para o Ecossistema temos a certeza de recuperarmos o tempo perdido resgatando as áreas devastadas. Não obstante, vamos ter que esperar 50 anos para voltar ao que era antes. Nossa parte, agora, estará sendo feita e, isso, a história registrará positivamente como um bem realizado à humanidade e ao meio ambiente.
Paulo Celso VILLAS-BÔAS Presidente da Fundação VILLAS-BÔAS

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