quinta-feira, setembro 13, 2007



ONU APROVA A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS INDÍGENAS

Hoje, dia 13 de setembro de 2007 a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Indígenas com o voto afirmativo de 143 Nações, inclusive o nosso Brasil.
No entanto, é preciso destacar que quatro países, EUA, Canadá, Nova Zelândia e Austrália foram contra, e 11 países entre os quais Colômbia, Nigéria, Quênia e Rússia se abstiveram.
Como afirmou o Secretário Geral da ONU, o Coreano Mr. Ban Ki-Moon após a aprovação: “Foi um triunfo dos Povos Indígenas de todo o Mundo”. Foram 22 anos de lutas dentro da ONU em Genebra e Nova Iorque, onde lideranças indígenas se mantiveram firmes na busca desse objetivo de reconhecimento da ONU de que os Povos Indígenas vivem, sobrevivem e querem ser tratados com dignidade diante de um mundo que precisa corrigir suas distorções e controvérsias, principalmente sobre uma relação sustentável com o meio ambiente e a necessidade de geração de investimentos onde os lucros não sejam apenas monetários, mas de uma vida com qualidade e soberania.
Vale a pena destacar que as lideranças indígenas brasileiras também tiveram papel destacado na participação dos processos seja junto aos diplomatas e Embaixadores do Itamaraty ou nos conclaves internacionais indígenas com base no espírito da terra como bem comum e legado do grande Criador e suas riquezas naturais, culturais e espirituais e os conhecimentos tradicionais, espirituais e sagrados.
Os articuladores indígenas salientam que as missões diplomáticas do Brasil em Genebra ou Nova Iorque junto a ONU se abriram devido à visão e sensibilidade de pessoas como Celso Lafer, Ronaldo Sardemberg, Celso Amorim, Maria Luiza Viotti, Antonio Pedro e suas equipes que compreenderam o papel de liderança de um País megadiverso como o Brasil, respaldado por quase 15% do território nacional como Terras Indígenas, 220 Povos e 180 línguas vivas.
Houve uma pausa entre o Grupo de Trabalho e a Assembléia Geral nos últimos seis meses quando os países africanos pediram vistas no processo de Declaração e diversos lideres indígenas se sentiram impotentes diante de argumentos jurídicos e políticos. Como nos ritos de passagens foi importante esse intervalo para que esses mesmos lideres indígenas voltassem a considerar que a força indígena como força da terra, é espiritual, força essa que o mundo do homem branco não conhece, nunca reconheceu e que fará falta na construção de novas etapas sócio-ambientais da modernidade e as mudanças climáticas.
Agora, após a celebração dessa vitória graças ao protagonismo indígena, o reconhecimento a coragem, a persistência e a dedicação de todos os lideres que exerceram algum papel nessa conquista como aqueles que primeiros chegaram na sede da ONU em Genebra, aqueles que escreveram a Declaração da Kari-Oca na Rio-92, aqueles que compuseram e compõem o Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, e irmãos brasileiros como Eliane Potiguara, Mirian Terena, Azelene Kaingang e Marcos Terena, que em diversos momentos souberam se articular e mostrar que os valores indígenas brasileiros nascem do coração da terra e do coração dos Ancestrais Indígenas, “caminhar em direção ao futuro, nos rastros de nossos antepassados!”

COMITÊ INTERTRIBAL - ITC

Um comentário:

Leonardo C. Nondilo disse...

Que notícia boa hein!!
Aos poucos a sociedade vai valorizando os indígenas da maneira que eles merecem. Muito bom mesmo!!

Postei esta notícia no meu blog, apesar de ter sido atrasado, tá?
Se quiser conhecer meu blog é http://despertaravida.blogspot.com

Fica com Deus!!